quarta-feira, 8 de junho de 2016

Faltam farmacêuticos para o promissor segmento veterinário

Após quatro anos de graduação em Farmácia, dois anos de MBA em Formulações Magistrais e atualmente cursando mestrado na área, Danielle Caspirro Roque procura há seis meses um profissional farmacêutico versado em manipulação veterinária. Responsável pela Natrium Manipulação, de São Paulo, ela é das poucas especialistas no setor que vislumbrou esse promissor mercado. “Médicos veterinários estão cada vez mais prescrevendo manipulação e não há farmácias acompanhando a demanda”, testemunha ela, que falou no encerramento da VI Jornada Acadêmica do Curso de Farmácia da Universidade Metodista, em 3 de outubro.

Dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) indicam que o Brasil tem mais de 100 milhões de pets, entre cães, gatos, peixes, aves e outros, e divide com o Japão a posição de segundo maior mercado do mundo em produtos e serviços na área, atrás apenas dos Estados Unidos. O faturamento de R$ 15,2 bilhões em 2013 foi 7,3% maior que o do ano anterior. São 25 mil lojas de atendimento de animais no país.


“Animais têm problemas de pele, de pelos, não têm protetor solar e sofrem de doenças semelhantes às dos humanos. Já há cartilhas de medicamentos que o veterinário pode indicar, mas faltam farmacêuticos que os manipulem. Em muitos casos, a indústria de remédios nem chegou, o que deixa um mercado ainda maior às farmácias magistrais”, comentou Danielle Roque, cuja exposição versou sobre “O Farmacêutico no Setor de Medicamentos Veterinários”, área que tem como órgão regulador o Ministério da Agricultura.


De xampu a xaropes
Lembrando que animais de estimação passaram a ser criados nas grandes cidades como “pessoas da família” que inspiram cada vez mais cuidados, os fármacos abrangem desde produtos de higiene e beleza até medicamentos complexos para pressão arterial, diabetes, triglicérides, colesterol, xaropes e suspensões.
O Ministério da Agricultura exige espaços próprios de manipulação para humanos e para animais, assim como separação de potes e matérias-primas. Por isso, o conhecimento farmacêutico na área é imprescindível, seja porque toma como base o peso de cada animal, seja porque a dose difere em relação aos humanos, explica a farmacêutica responsável da Natrium. Ela também aconselha um forte trabalho de representação junto aos veterinários como forma de consolidar a carteira de clientes.
Danielle Roque deu várias sugestões de produtos veterinários dirigidos, como por exemplo Omega 3/6 para combater perda de peso, falha na ovulação, otite e deficiência em cicatrização. Também mencionou o uso de hidrocortisona em xampu para cães para alívio de picada de insetos e coceiras em geral. Medicamentos em pasta são a melhor solução para gatos, que gostam de limpeza e têm por hábito lamber a pata. Para cães, 90% dos quais têm rejeição a medicamentos, a orientação é fracionar a dose em três vezes ao dia e acrescentar sabor de carne.
                                         II Encontro de Ex-Alunos

A Jornada Farmacêutica de 2014 foi encerrada com confraternização entre alunos e ex-alunos e um balanço do novo coordenador do curso, professor Sávio Barbosa. Ele anunciou para 2015 a abertura da nova graduação em Cosmética e Estética, com duração de dois anos e meio, e de duas pós-graduações: Cosmetologia (com ênfase em controle de registro) e Garantia e Controle da Qualidade.
Também comunicou a participação recente do curso de Farmácia da Metodista em cerca de 20 eventos internos e externos, entre os quais o "Farmacêutico na Praça" dia 20 de setembro, quando houve atendimento e orientações no Carrefour São Bernardo, e o XIV Encontro Paulista de Farmacêuticos, dia 29 de setembro no campus Planalto da Metodista. No evento, estiveram reunidos diretores de Conselhos Regionais de Farmácias para discutir as novas atribuições do profissional e a nova lei que transforma as farmácias em estabelecimentos de saúde, prevendo a prescrição médica pelo farmacêutico. 

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